Quase 80% deste volume exportado vai para Hong Kong, onde o produto é revendido para a China

Iguaria pouco valorizada no Brasil, os pés de galinha são uma das partes do frango mais consumidas na Ásia e começam a render bons negócios no Espírito Santo. Das 250 toneladas de frango exportadas por mês, 160 são de pés de galinha. O corte possuiu um valor até 70% maior no Oriente.
Quase 80% deste volume exportado vai para Hong Kong, onde o produto é revendido para a China. Cada tonelada é vendida por US$ 1.300, o que equivale a um preço de R$ 4,09 por quilograma de pé de galinha.
“É um alimento tradicional, principalmente na cultura Chinesa. É muito popular entre crianças que comem o pé em conserva ou defumado. Existem várias receitas em que usam o pé de galinha”, explica o gerente de exportação da Uniaves, Antônio dos Santos Costa Filho.
Localizada em Castelo, a Uniaves é, por enquanto, a única empresa do Estado certificada para comercializar com Hong Kong e está na fila para buscar a autorização para vender diretamente para a China, onde o consumo de pé de galinha é maior. Lá, o preço por contêiner do produto é de US$ 2.700, mais que o dobro do valor vendido para Hong Kong.
“Existe demanda na China para consumir todo o excedente deste produto. Se tiver 40 contêineres por mês de pés de galinha, tem compradores chineses para adquirir tudo à vista. O que falta para viabilizar esta compra direta entre o Estado e o país é a certificação do Ministério da Agricultura”, conta o presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Carlos Eiras.
Além de Hong Kong, o restante da produção de pés de galinha é vendida para a África do Sul. Ocasionalmente, também há um volume, um pouco menor, exportado para o Haiti.
NOVOS MERCADOS
Com o objetivo de quadruplicar a sua produção até o ano que vem e exportar mil toneladas por mês, a Uniaves já está se especializando no abate halal, exigido em países muçulmanos. Segundo as tradições do Islã, os animais consumidos devem estar exatamente virados para Meca, cidade sagrada dos muçulmanos, e ter um membro da religião acompanhando o processo.
“Essa é uma das estratégias que estamos buscando para atingir essa meta de quadruplicar a produção. São consumidores que estão na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes e no Qatar, que também tem interesse no frango capixaba. Esse crescimento irá nos permitir contratar mais e gerar mais desenvolvimento na região Sul”, afirma o diretor de agropecuária da Uniaves, Ideraldo Lima.
Fonte: Gazetaonline
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